Descrição da atividade |
A criação de um Gabinete de Apoio ao Estudo (GAE) tem como principal objetivo colmatar uma lacuna, há muito, identificada no nosso sistema educativo regional. O nosso ensino continua a incidir num método de ensino generalizado e transversal a todos os alunos, pese embora muita da literatura, nos dias de hoje, aponte para a importância da mudança de metodologia, mais especifica e individualizada segundo cada aluno.
Nas principais dificuldades na escola de hoje, encontra-se o formato organizativo que a escola continua a utilizar, quando a realidade de hoje é, completamente, diferente. Não é lógico continuar a construir o currículo de forma estática, assente apenas em conteúdos, organização e modelos de trabalho, a partir de uma padrão central estandardizado (Roldão & Almeida, 2018).
A criação de um gabinete de apoio ao estudo visa também tentar superar algumas desigualdades educativas/sociais presentes na comunidade, já que pretendemos incidir sobre uma população que não dispõe de recursos económicos para recorrer aos centros de explicações existentes na comunidade.
Para corroborar esta perspectiva, Seabra (2009), vem explicar que as diferenças sociais que estão associadas à desigualdade de caminhos escolares estão diretamente relacionadas com as condições sociais dos alunos e dos seus encarregados de educação, bem como a sua origem étnica, capacidade económica, a sua área de residência (se é rural/urbana, centro de uma cidade/subúrbios) e a condição do género. É neste âmbito que surge a “teoria da reprodução”, que explica o contributo das escolas para se promover a produção da igualdade e da desigualdade de oportunidades nos contextos sociais e educativos ((re)produção social).
Outra das razões que nos levou a criar um gabinete de apoio ao estudo prende-se com o desejo de combater o insucesso escolar e o abandono escolar precoce que, infelizmente, ainda se apresenta com taxas muito elevadas na região, a rondar os 27%, como comprovam os recentes dados disponibilizados pelo INE (2020).
O GAE pretende apresentar-se como uma colaboração na construção de um currículo académico diversificado, pois além de servir de apoio ao ensino regular tem o objetivo de promover a educação artística, através de oficinas de expressão artística.
A educação artística é vista como uma responsabilidade essencial ao nível do ensino básico uma vez que deve contribuir para a formação do caráter e para a construção do interesse da criança. Com isto, ao oferecer às crianças experiências artísticas, estamos a criar e a desenvolver as suas potencialidades, assim como as suas capacidades afetivas e de autocontrolo, ao mesmo tempo que, por este meio, permitimos-lhe ter contacto com tradições culturais e de manifestar o que sentem, melhorando a sua interação social (Reis, 2012).
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